terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ensaio sobre o meu quarto

Querida Emma,

O meu quarto é um lugar verdadeiramente interessante. A sua desarrumação atrai muitos turistas á procura de... alguns dizem "um lugar acolhedor". Mas o que leva uma cambada de adolescentes ranhosos a acumularem-se no meu quarto, quando a sala é bastante maior?! Não compreendo.
Mas por acaso, se olharmos bem, pode-se dizer que a sua desarrumação até é bem catita, e dez pessoas cá dentro nunca deram grande confusão.






Descrição: Nordeste. "Os homens pensam em sexo com a mesma frequência que as mulheres em compras". Bodies - O corpo humano. Capuchino Vermelho, Bruxa, Gatxinha, Boneca e Pêga. Saudades. Dida ,Andreia ,Mariana - melhor noite do verão de 2007. África. Fazer a Paz.Bad Bones. Maria do Mar e Andreia - Laboratório de bio. John Butler Trio. Apesar das diferenças. Rock in Rio. Hard Rock. Tem a minha marca. Cherinho a México. Julia Lele. Óculos do Brito. Telémovel. Leopardo. Pseudo-estudo. Verniz. Post-its. Dia mais feliz da minha vida.

Behave,
Brooke.


P.S: O egocentrismo desta carta deve-se há imensa falta de inspiração.





segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Don't Forget To Be Awesome!

Querida Brooke,

Na primeira carta comecei a falar sobre eu ser uma Nerdfighter, e acabei por não te explicar o significado.

Nerdfighter é um nome inventado por dois irmãos americanos que começaram um pequeno movimento no You Tube, são mais conhecidos como “vlogbrothers”, e são adultos quase nos seus 30 anos que dedicam a sua vida a combater a treta do mundo, ou “world suck” como costumamos dizer…

"Nerdfighter is someone who instead of being made of bones and muscles, is made of awesome"

A história começa quando estes dois irmãos, John e Hank Green, decidem durante um ano, comunicar apenas e só por vídeos, um ano inteiro sem comunicação textual. Durante esse período de tempo, descobrem que as pessoas que os vêem querem ajudar os outros, e assim nascem os Nerdfighters.

É uma história muito difícil de explicar, ainda para mais para quem não conhece, mas eu queria mesmo que soubesses o que significa quando escrevo coisas como, “pwnd”, “scoodilypooping”, “the yetti”, “ DFTBA!”, etc.

E o nosso hino é:

Yeah, we are Nerdfighters,

And the world is in luck,

Because we increase the awesome,

And we decrease the suck!”

Mas para saberes mais basta ires a http://www.youtube.com/vlogbrothers


Não te esqueças de ser o máximo,

Emma.

ps- as minhas cartas são geralmente mais patetas e menos profundas que as tuas, talvez, com o tempo, eu aprenda a escrever o que realmente sinto.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Tempo

Querida Emma,

No meu último teste de Filosofia, uma das perguntas pedia para ler com atenção um texto de Fernando Savater sobre o TEMPO. Este dizia que "quaisquer que sejam as medidas temporais que adoptemos, não podemos deixar de pensar que existe para além e à margem delas, um TEMPO independente de qualquer convenção humana", ou seja, que certas mudanças naturais cumprem os seus prazos, e duram o seu TEMPO exacto, seja qual for a nossa forma de nos orientarmos socialmente neste.

E agora coloco-te outra questão: se um minuto é um minuto, uma hora é uma hora, um ano é um ano, uma vida é uma vida, porque é que estas formas de medição estão constantemente a encolher e esticar?
Porque é que uma hora parecem cinco quando estou sentada na sala de espera do dentista e cinco minutos no Pavilhão Atlântico a ouvir e cantar músicas que sei do inicio ao fim até ficar sem voz? Porque é que um ano em que tudo correu bem demais e as melhores coisas me aconteceram pareceu um mês, e outro onde todas essas melhores coisas chegaram a um fim pareceram dois anos? Porquê que um segundo, que é apenas um segundo, pode parecer dois minutos quando olhamos nos olhos de alguém importante?

"Por mais arbitárias que sejam as nossas normas de orientação temporal, em todas elas alguns acontecimentos precedem sempre e irreversivelmente outros".

Sim, um pai nasce primeiro que o filho... as batatas só depois da colheita. Estou a alucinar ou morremos em todos os desgotos de amor, e nascemos outra vez em todas as boas mudanças? Erramos, aprendemos com os erros, voltamos a errar. Caímos, juramos que nunca mais, e voltamos a cair. Esquecemos e de repente volta a bater forte. Mais forte que nunca. Conhecemos muito bem alguém, e com o TEMPO percebemos que afinal não a conheciamos mesmo nada.

"Só em fantasias subversivas como do lado do espelho de Lewis Carrol acontece que primeiro se grite dor, depois se comece a sangrar e por fim se seja picado num dedo..."

Ou não.
Yours sincerely,
Brooke
P.S: Conta lá isso dos Nerdfighters.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Querida Brooke...

Querida Brooke,

Penso que isto "será o inicio de uma bela amizade" como diria o homenzinho do Casablanca.

Nos últimos dezasseis anos, já mudei de casa cinco ou seis vezes, já estive em quatro escolas, em três grupos de teatro, e a minha curta vida já deu duas grandes voltas, e está prestes a dar a terceira.

Estudo Vídeo Cinema e Televisão, numa escola bem catita perto do centro de Lisboa. Perco todos os dias cerca de duas horas no caminho casa/escola/casa, mas estou a gostar tanto que nem me lembro do tempo entre transportes.

Vivo com a minha mãe numa casa pequenina, no centro de uma aldeia que só deixou de ser denominada como tal depois da revolução de '74.

Sou teimosa, orgulhosa, e ao mesmo tempo, mudo de ideias facilmente, um feito que apenas adolescentes baralhados conseguem fazer.

Devoro filmes, adoro música, e gosto de livros. 

Estou a aprender a tocar ukelele, graças a uma badocha luso-americana que se chama Julia Nunes (atenção, chamo-lhe badocha com o maior carinho do mundo). Estou a ficar assustada com a minha obsessão marada pelo YouTube... mas só quero frisar que não gosto nada, mas mesmo nada das criaturas Mia Rose e Ana Free. Sou uma Nerdfighter, mas agora não vou falar disso, talvez outro dia. 

Gosto de comer.

Penso que disse tudo o que precisas de saber por agora.

Aguardo a tua breve resposta.

Love,
Emma.


Querida Emma...

Querida Emma,

Espero que nos demos bem mesmo sendo eu bastante bipolar e com manias estranhas.

Tenho 16 anos, uma idade lixada no que toca a hormonas e perguntas estupidas mas dá para se ir vivendo.

Moro numa cidade muito bonita, pena ter que apanhar um autocarro (que só aparece de quarenta em quarenta minutos) e andar uma linha de comboio inteira para estar perto da "cidade em si", mas isso é só um aparte. O outro lado da linha também se aproveita (pena os riquinhos... mas engulo muitos Santini's e isso passa-me ao lado).

A minha escola ainda mais no fim do mundo é, mas gosto muito dela, tem avestruzes e tudo. Estou (não sei a fazer oquê) na área de Ciências mas só gosto de Inglês . Mentira... só lá estou porque não consigo estudar mais nada sem ser biologia.

O meu grupo de amigos é 70% constituído por rapazes e as meninas são todas muito bonitas menos a ovelha negra - eu. Somos bastantes. Uns quinze, apesar do grupo encolher e esticar todos os dias. Orgulho-me de não sermos como "toda a gente" - em vez de irmos para o ABS vamos para casa do Zé tocar viola e fazer jogos infantis.

Também gosto muito do meu gato e do meu pai. O meu gato chama-se Chantilly e o meu pai chama-se Marcelo - dois nomes estranhos.

Não vivo sem música, de preferência para os lados do rock, do tempo dos meus avós, dos meus pais ou mais recente. Os Pearl Jam e os Cure são os que passam mais no meu iTunes mas ultimamente ando muito Indie e com uma obsessão pela Julia Nunes. Não tenho jeito nenhum, mas toco guitarra e ukelele.

Sou um bocadiiiiinho teimosa e ás vezes fico de trombas sem razão. Também sou orgulhosa, por isso fico de trombas até ao final do dia. Mas já prometi á Joana que vou mudar. Conselho: se me derem chocolates ou me meterem num festival de Verão eu fico feliz e acabam-se as trombas de certeza.

Por agora acho que chega de mim.
Espero pela tua resposta.

Peace,
Brooke